Grupo com membros do agronegócio pede que Brasil fique no Acordo de Paris
Grupo é formado por mais de 180 membros, com representantes do agronegócio, das organizações de proteção ambiental e da academia.
Em meio à discussão das políticas ambientais do país e da nomeação de Ricardo Salles como novo titular da pasta de Meio Ambiente, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura publicou uma nota nesta quinta (13) defendendo a permanência do Brasil no Acordo de Paris. "O país tem muito a ganhar com sua permanência no Acordo de Paris, principal compromisso internacional sobre as mudanças climáticas", diz o texto.
O grupo é formado por mais de 180 membros, com representantes do agronegócio, das organizações de proteção ambiental e da academia. Segundo a nota, o acordo ambiental firmado em Paris, em 2015, "representa uma agenda de muitas oportunidades" tanto para os que pregam a defesa das áreas protegidas quanto para os empresários do agronegócio.-
"Para os produtores rurais, o compromisso é visto como importante incentivo à criação de mecanismos que possam compensar produtores com excedentes de áreas preservadas em suas terras, como forma de remunerar o serviço ambiental prestado por essas áreas. Para as florestas e a agricultura, o Acordo representa uma indicação clara rumo a uma economia de baixo carbono", diz a nota.
A publicação do texto acontece durante o penúltimo dia da COP-24 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que está sendo realizada em Katowice, na Polônia. O Brasil, que seria a sede do encontro no próximo ano, retirou sua candidatura por conta de um pedido do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Na conferência deste ano, as recentes declarações de Bolsonaro cogitando a saída do Acordo de Paris foram discutidas. Em discurso proferido no evento, o atual ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, ressaltou os avanços do Brasil nos compromissos assumidos para reduzir o aquecimento global.
O secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima - órgão que também acompanhou a conferência na Polônia, defendeu a permanência do país no tratado e falou sobre a liderança do Brasil nas discussões sobre mudanças climáticas.
"Foi na Rio 92 onde tudo começou. O Brasil foi importantíssimo no protocolo de Kioto, na reunião de Copenhagem e também teve um papel muito importante na articulação do Acordo de Paris", disse Alfredo Helio Syrkis à RFI.
Numa transmissão em seu Facebook na última quarta-feira (12), o presidente eleito voltou a comentar sobre o Acordo de Paris. "Eu e meu ministro [Ricardo Salles] vamos sugerir mudanças no acordo. Se não mudar, a gente sai fora. Por que o Brasil tem que dar de politicamente correto e permanecer em um acordo que é possivelmente danoso à nossa soberania?", disse Bolsonaro.
"Entre as exigências do Acordo de Paris se exige que o Brasil faça o reflorestamento de uma área enorme, algumas vezes no tamanho da área do Rio de Janeiro. Não temos como cumprir essa exigência. Se assina, porque é bonito, até porque isso é para ser cumprido em 2030, então quem for o presidente da República em 2030 que se vire", afirmou o presidente eleito.
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