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Grupo Macri abre mão do controle da Chapecó

Esse é o primeiro passo para a implementação do plano de capitalização da empresa, que prevê a saída do grupo argentino do controle e a transformação dos 15 credores em acionistas.

Da Redação 18/12/2002 – O presidente do grupo Macri, Francisco Macri, controlador da Chapecó, assinou na última sexta-feira um documento em que se compromete a abrir mão do controle do frigorífico. Esse é o primeiro passo para a implementação do plano de capitalização da empresa, que prevê a saída do grupo argentino do controle e a transformação dos 15 credores em acionistas. Atualmente, o grupo Macri tem 65% das ações e o BNDES, 30%. O restante são ações em bolsa.

De acordo com fontes próximas às negociações, pelo compromisso assinado por Macri, o grupo argentino poderia sair totalmente da Chapecó ou então se tornar acionista minoritário.

O “memorando de entendimentos” assinado define ainda que o conselho de administração da Chapecó deverá ser composto apenas por pessoas que não tenham ligação com o grupo argentino e com os credores.

Hoje, fazem parte do conselho Alex Fontana, diretor-presidente da Chapecó, Roberto Maffioli, gerente-geral da Socma Americana S/A, e Ivan Santos de Nadai, controller do Grupo Socma no Brasil para a Área de Alimentos. A Socma pertence ao grupo argentino.

Apesar de ocupar o posto de diretor-presidente, Fontana poderá continuar no conselho por “ser um profissional gabaritado e comprometido com a Chapecó”, afirmou uma fonte que acompanha as negociações. Procurado pelo Valor, Fontana não respondeu as ligações. A mudança no conselho seria uma forma de evitar um eventual pedido de concordata por parte da Chapecó, cuja dívida de longo prazo é de US$ 134 milhões. A aprovação de um pedido como esse depende do conselho.

A expectativa de fontes ligadas ao negócio é que o acordo entre o grupo Macri e os credores seja formalizado no início de 2003. Os credores, segundo uma das fontes, são favoráveis ao plano desenhado pelos bancos Fator e ABN Amro, cujo objetivo é recuperar o crédito e equilibrar o patrimônio da Chapecó. Os bancos finalizam as projeções sobre a empresa capitalizada.

Com a implantação do plano, que prevê a conversão das dívidas de longo prazo em ações, a participação do BNDES na Chapecó deve crescer para 35% pois o banco é um dos principais credores.

Com o compromisso de Macri de deixar o controle da Chapecó, a expectativa é que o Banrisul libere crédito para empresa retomar o abate no frigorífico de Santa Rosa (RS), fechado desde novembro. O Banrisul informou que avaliará ainda esta semana o pedido de recursos para o frigorífico gaúcho.