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Halal: o abate especial de frangos para o Oriente Médio

A técnica de abate determina que as aves sejam mortas com um corte em movimento de meia-lua no pescoço, para que não sofram e não liberem enzimas na carne.

Redação AI 24/01/2002 – Em um abatedouro da empresa brasileira de alimentos Sadia, próximo a Uberlândia (MG), 14 mil frangos por dia são sacrificados voltados para Meca, em obediência a Alá. A exigência é do mercado e a Sadia, para competir no Oriente Médio, vem dirigindo parte de sua produção para o abate segundo os preceitos muçulmanos, preservando as tradições da religião.

Segundo os preceitos do islamismo, religião seguida pelos muçulmanos, só é permitido comer carne de animais que não sejam carnívoros, que tenham sido mortos sem sofrimento e sacrificados em homenagem a Alá (Deus). Por isso, as empresas brasileiras fazem questão de certificar que os seus produtos estão dentro das especificações.

Outras empresas brasileiras, como Perdigão e Seara, também estão sacrificando animais de acordo com as determinações do Alcorão, o livro sagrado do islamismo. Na verdade, todas essas empresas estão de olho em um dos mercados importadores que mais cresceram em 2001: o Oriente Médio.

Mercado – Para se ter uma idéia, 35% do total das exportações de carne de frango do Brasil em 2001 foram para países do Oriente Médio. O número, que totalizou 414 milhões de dólares, representa um crescimento de 36% em relação a 2000.

A Arábia Saudita, por exemplo, é o maior importador mundial de carne de frango brasileira, com cerca de 240 milhões de dólares, o que representa 40% de tudo que a Arábia importa do Brasil. Isso reflete a preocupação dos empresários brasileiros em garantir aos muçulmanos a qualidade da carne produzida no País.

Centros islâmicos, como o Centro de Divulgação do Islam para a América Latina, de São Bernardo do Campo (SP), enviam fiscais muçulmanos aos abatedouros para garantir que os animais estão sendo sacrificados da forma correta. A técnica de abate, conhecida como Halal, determina que os animais sejam mortos com um corte em movimento de meia-lua no pescoço, para que não sofram e não liberem enzimas na carne na hora da morte.

Segundo o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), Paulo Sérgio Atallah, o frango brasileiro tem excelência reconhecida entre os consumidores árabes. “Fazemos o Halal mais bem feito do mundo”, afirma.

As informações são da Comunicação Social do MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, publicadas no site Rural Business.