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Investimento

Lar adquire Frigorífico Chapecó, em Cascavel, e pretende faturar mais R$ 300 milhões ao ano

Entre as maiores empresas do agronegócio brasileiro, a Lar faturou R$ 5,06 bilhões em 2017, alta de 4,8% ante o registrado em 2016

Lar adquire Frigorífico Chapecó, em Cascavel, e pretende faturar mais R$ 300 milhões ao ano

Por Anderson Oliveira, de Medianeira (PR)

A aquisição do Frigorífico Chapecó, em Cascavel (PR), pelo valor de R$ 215 milhões é mais um passo na estratégia de expansão da Lar Cooperativa Agroindustrial, com sede em Medianeira (PR). Entre as 50 maiores empresas do agronegócio brasileiro, segundo levantamento da Forbes, a Lar faturou R$ 5,06 bilhões em 2017, alta de 4,8% ante o registrado em 2016. Com o novo investimento, a cooperativa deve faturar mais R$ 300 milhões. O diretor-presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, afirmou à revista Avicultura Industrial, durante a AveSui 2018, em Medianeira, que a compra do frigorífico estava dentro do planejamento estratégico da Lar e atende aos anseios dos cooperados, que querem criar e vender mais frango.

Irineo da Costa Rodrigues, presidente da Lar

O contrato de aquisição do novo frigorífico envolve a aquisição da planta, pertencente à massa falida do Grupo Chapecó e dos equipamentos pertencentes à família Kaefer, proprietária da Globoaves. A compra está condicionada a financiamento por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aponta Rodrigues. Segundo ele, a Lar pretendia expandir sua produção avícola e a compra do frigorífico era a solução mais adequada. “Entre fazer uma terceira linha de abate [no frigorífico] em Matelândia e adquirir o frigorífico de Cascavel, o mais interessante seria ter duas plantas”, afirma.

O Frigorífico Chapecó já vinha sendo utilizado pela Lar desde janeiro de 2017, quando os abates em três dias e meio por semana eram feitos para a cooperativa de Medianeira. Ao longo desse período, foram investimentos em torno de R$ 12 milhões para ampliar a produção. Com isso, a planta passou de 140 mil para 170 mil frangos abatidos por dia. O diretor-presidente da Lar ressalta ainda que pretende utilizar o frigorífico de Cascavel de segunda-feira a sábado. Como resultado, a planta deverá abater mais de um milhão de frangos por semana. “Passamos a ter três linhas de abate com 170 mil abates cada um, totalizando por dia 510 mil aves ao dia e três milhões por semana”, calcula Irineo.

Antes de assumir parte das operações no Frigorífico Chapecó, havia 1.600 funcionários na planta. Segundo o presidente da cooperativa, esse número foi ampliado para 2.300 após os investimentos da Lar. Até o fim de 2018, no entanto, a expectativa é chegar próximo dos três mil. Isso deve ocorrer durante o processo de transição, que o diretor-presidente estima que ocorra no máximo até janeiro, quando todos os colaboradores da unidade passarão a integrar os quadros da Lar.

A expansão prevê ainda a busca por novos aviários em cidades próximas a Cascavel. De acordo com Irineo da Costa Rodrigues, cerca de 200 novos integrados devem começar a fazer parte da Lar. “Vamos absorver aviários que já estavam ali em Cascavel, Corbélia, e de outros municípios também, como Toledo e Santa Tereza”, disse.

Para atender à demanda necessária de mais aves para o frigorífico, o diretor-presidente da Lar comenta que estão sendo feitos novos investimentos. É o caso da ampliação da fábrica de ração, em Santa Helena, que também já estava no planejamento estratégico da cooperativa. Além disso, ocorre o aumento da produção de pintainhos.

O destino dos frangos da Lar

Uma das principais justificativas para a compra do frigorífico em Cascavel, segundo o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues, deve-se à importância de se ter duas plantas produtivas para atender os clientes. Segundo ele, em casos excepcionais como um embargo de países a uma determinada planta ou problemas logísticos ou comuns, como a falta de energia elétrica, existe sempre a possibilidade de atender à demanda tendo duas unidades de produção.

Irineo cita ainda a localização privilegiada da nova planta. Próxima da ferrovia – cuja Lar é uma das sócias –, torna-se mais fácil escoar a produção para o porto de Paranaguá em contêineres. “A planta é estratégica, porque todo mercado está no sentido de ir a Cascavel e, de lá, para o porto ou o consumidor. Está no nosso caminho, não temos que abater e voltar no sentido contrário”, ressalta.

O porto de Paranaguá e, a partir dali, o mercado externo deve ser o destino da produção do frigorífico de Cascavel, salienta o executivo. A planta, afirma Irineo, está habilitada para atender diferentes países. “Nós vamos priorizar mais o mercado externo, porque essa planta pode atender os mercados da Ásia, o europeu, que é importante, e ainda o Oriente Médio, a África, o México”, diz.

O diretor-presidente da Lar continua apostando na avicultura do oeste paranaense. Para Irineo, os problemas da carne de frango brasileira em relação ao mercado externo são páginas que, pouco a pouco, estão sendo viradas.

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