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Entrevista

Na América Latina, produção avícola irá crescer quase o dobro da média mundial

Além da alta competitividade da avicultura no Brasil e Argentina, a criação de frangos tem crescido principalmente em países como Peru, Colômbia e Bolívia, além de Panamá e Nicaraguá, na América Central  

Na América Latina, produção avícola irá crescer quase o dobro da média mundial

Por Humberto Luis Marques

 

A avicultura latino-americana irá crescer a médias superiores às mundiais nos próximos dez anos. Neste período, as criações globais de aves crescerão 2,5% ao ano, enquanto na América Latina a estimativa é de um patamar anual de 4%. Esse maior avanço na região está balizado no atual cenário econômico, no qual as aves são beneficiadas pela sua maior competitividade de preço e preferência do consumidor. No mercado latino-americano, cerca de 50% do consumo total de proteínas animais é de carne de frango. Países sul-americanos como Peru, Colômbia e Bolívia – mas, também, na América Central, como Panamá e Nicaraguá – têm apresentado crescimentos significativos nos últimos anos. “A avicultura tem como grande vantagem a facilidade em desenvolver grandes volumes de produtos de qualidade e homogêneos por meio do sistema de integração vertical”, comenta Nan-Dirk Mulder, especialista Global em Proteína Animal do Rabobank International.

O pleno desenvolvimento da atividade na região, no entanto, terá de superar alguns desafios locais (dependentes de fatores econômicos e característicos inerentes a cada país) e externos, para as indústrias que atuam no comércio internacional. Além disso, a questão sanitária e a adoção de medidas de biosseguridade serão extremamente importantes independentes do país ou da indústria. No caso das companhias exportadoras, o principal desafio será o de compreender e se antecipar as rápidas mudanças nas exigências dos consumidores nos mais diferentes mercados importadores. “Os exportadores brasileiros e argentinos estão entre os mais competitivos do mundo, mas os consumidores das principais regiões compradoras – como Japão, União Europeia, Arábia Saudita e China – estão modificando suas demandas para categorias específicas de produtos, como aves de crescimento lento, livres de antibióticos, ovos free-range, além de buscar conhecimentos sobre as formas de produção, passando a exigir sistemas produtivos sustentáveis”, ressalta Mulder.

Nesta entrevista, o especialista do Rabobank International comenta ainda sobre o grande crescimento no consumo de aves que se dará no Sudeste e Sul da Ásia, assim como o impacto das novas tecnologias sobre a produtividade e a elevação da carne de frango como a proteína animal mais consumida em todo o mundo. Confira.

Avicultura 2019