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O compromisso de quem produz alimentos

Por José Zeferino Pedrozo, Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)<br /> 

O compromisso de quem produz alimentos

A pandemia do novo coronavírus que atinge todos os continentes colocou todos os países sob o mesmo manto de angústia e sofrimento. É uma situação inusitada, cujas ações de enfrentamento incluem erros e acertos comuns aos cenários desconhecidos. Tudo o que se fez e se faz na esfera do Poder Público (União federal, Estados e Municípios), das empresas, das famílias e das demais organizações humanas tem uma margem de dúvida e de imprecisão aliado a um sentido de investigação, prospecção, pesquisa.

A pandemia também atingiu, como era inevitável, o universo rural brasileiro, onde vivem as comunidades agrícolas e vicejam as grandes, avançadas e modernas cadeias produtivas da bovinocultura, avicultura, suinocultura, pecuária de leite, fruticultura, olericultura, lavouras de grãos (milho, soja, feijão, trigo etc.), café, cana de açúcar, cacau etc. Essa extensa base produtiva alimenta a agroindústria e representa a poderosa força do agronegócio nacional. É a locomotiva da economia brasileira que sustenta crescentes recordes de exportações e assegura vigorosos superávits na balança comercial. Em estados pujantes, como Santa Catarina, responde por mais de 70% das vendas internacionais.

A Faesc tem defendido desde o início dessa crise sanitária que o agronegócio, no campo e na cidade, deve acatar e cumprir as determinações do Ministério da Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado e dos Municípios, da Vigilância Sanitária e do Ministério da Agricultura. É vital dar absoluta prioridade a essa questão. O inimigo é invisível, mas é letal. Em primeiro lugar, porque se trata de defesa de algo precioso, a vida humana. Em segundo lugar porque se trata de atividade essencial (produção de alimentos) que não pode cessar sob pena de gerar caos social.

Os produtores em seus estabelecimentos rurais adotaram medidas de isolamento e distanciamento social, uso de máscaras e maior rigor na higienização. As famílias rurais estão protegendo seus idosos. As visitas do serviço de assistência técnica e extensão rural das cooperativas, dos Sindicatos, das agroindústrias e do serviço veterinário oficial foram reduzidas ao mínimo necessário. O manejo de animais e a operação de máquinas e equipamentos foram revisadas no sentido de minimizar a contaminação e a transmissão do vírus. Essas práticas devem se manter quando a pandemia for superada porque se revelaram benéficas e necessárias. Enfim, o setor rural está comprometido com o combate à Covid-19.

Na agroindústria, onde a matéria-prima produzida no campo é processada, os cuidados são vigorosos. Os frigoríficos demonstraram recentemente que os já rigorosos protocolos de proteção da saúde dos trabalhadores foram aprimorados, aumentando a confiança no abate de animais, processamento e industrialização de carne.

Agricultura e agroindústria, portanto, estão irmanadas na garantia da saúde dos seus trabalhadores e na qualidade do alimento que colocam na mesa dos brasileiros e dos consumidores de todos os continentes.