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Ovo na merenda é o alvo do setor

A meta do governo federal é enriquecer a dieta brasileira incluindo ovo em pó na merenda escolar.

Redação AI 14/01/2003 – O setor de avicultura do Estado de São Paulo prepara uma ofensiva em 2003 envolvendo o segmento de postura -ovos- para reverter o quadro crítico que a cadeia atravessou no ano passado, principalmente, em razão da disparada do milho, que elevou os custos da ração.

O presidente da Associação Paulista de Avicultura (Apa), Celio Terra, adiantou para a equipe de reportagem do DCI que a iniciativa, cujos detalhes ainda estão sendo finalizados, terá como respaldo a meta do governo federal de enriquecer a dieta brasileira incluindo ovo em pó na merenda escolar.

Apesar da crise de 2002, os avicultores paulistas também estão otimistas em relação às exportações e ao governo Lula. Segundo Terra, com incentivos por parte do governo e o aumento das exportações, ocorrerá uma sensível melhora na remuneração dos produtores de aves.

“A conquista de novos mercados possibilitará aos avicultores que ampliem os ganhos com as exportações. Há três anos, menos de 20 países importavam frango do Brasil; hoje, temos mais de 100 compradores internacionais.”

Segundo ele, o frango brasileiro é muito competitivo no mercado internacional, em razão da qualidade e do preço.

Exportação

As exportações de frango in natura no ano passado superaram as expectativas do setor, sendo 28% superiores ao volume registrado em 2001. A estimativa inicial do setor era de crescimento de 12% a 15%.

Em 2002, o frango foi o 11 produto da pauta de exportações brasileiras. De janeiro a dezembro, o Brasil exportou cerca de 1,3 milhão de toneladas do produto, segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

A receita obtida com os embarques realizados apenas durante o mês de dezembro de 2002 foi de US$ 99,5 milhões, equivalente a 134 mil toneladas de carne de frango in natura. O volume embarcado foi 18% superior ao registrado em dezembro de 2001.

Apesar do aumento das vendas externas das aves, o preços médios do produto apresentaram queda, sendo cotados a US$ 757,7 por tonelada, 21% inferior ao registrado no ano anterior, segundo a Secex.

Ranking nacional

Os esforços para a revitalizar a cadeia produtiva avícola paulista acontecem em um momento em que o Estado de São Paulo está a um passo de perder mais uma posição no ranking dos maiores produtores de pintos de corte do Brasil. Dados preliminares da Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco), de janeiro a novembro de 2002, sinalizam que Santa Catarina ocupou a vice-liderança, enquanto São Paulo caiu para a terceira posição.

No ano passado, em razão da desvalorização cambial, o preço do milho, cotado em dólares, superou R$ 30 a saca de 60 quilos, tornando inviável para muitos avicultores a criação de frangos no País.

Atualmente, a saca de milho está cotada a R$ 25, por causa do início da safra.

Muitas granjas paulistas deixaram de produzir pintinhos e boa parte dos produtores reduziu o alojamento, em conseqüência do aumento de 122% no preço do milho registrado no ano passado, segundo Terra.

Os mais prejudicados pelo aumento do milho foram os produtores de frango e ovos, pois são os maiores consumidores do grão.