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Meio Ambiente

Para Ministro da Agricultura, agronegócio e meio ambiente têm que ser 'complementares'

“É preciso falar a mesma linguagem, principalmente valorizando as nossas exportações, e montar uma estratégia única", disse Marcos Montes.

Para Ministro da Agricultura, agronegócio e meio ambiente têm que ser 'complementares'

O ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou que o governo eleito precisa manter a sintonia de trabalho entre as áreas do agronegócio e do meio ambiente para evitar conflitos entre ruralistas e ambientalistas e não gerar “retrocessos” no país.

“Não poder ter a guerra entre a questão ambiental e a agricultura que houve no passado e era tão prejudicial para o Brasil. Um setor é complemento do outro. Tem que se achar uma equação em que as coisas funcionem juntas”, disse Montes.

“É preciso falar a mesma linguagem, principalmente valorizando as nossas exportações, e montar uma estratégia única”.

A proximidade entre os ministérios de Meio Ambiente e Agricultura no governo de Jair Bolsonaro, no entanto, foi alvo de críticas de alas ambientalistas, muito por causa do enfraquecimento das fiscalizações ambientais e do avanço das queimadas e do desmatamento.

Para esses críticos, a adoção da “mesma linguagem” na Esplanada foi simbolizada pela fala do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de tentar “passar a boiada” nas regulamentações da área ambiental. Mas, para Marcos Montes, o país ganhou credibilidade, ainda que tanto ele quanto sua antecessora, a ex-ministra Tereza Cristina, admitam que faltou sanar as ilegalidades ambientais.

“Sempre vai ter algo para corrigir, mas não pode haver distorção. É um governo só”, pontuou. “Os europeus podem até culpar o agro, porque veem isso como competitividade, mas nós mesmos, não. O Ministério do Meio Ambiente não pode dizer que o agro é culpado pelo desequilíbrio ambiental”.

Moeda de troca

Para o ministro, a retomada de financiamentos internacionais para a sustentabilidade do agro nacional é bem-vinda, mas, segundo ele, é preciso saber o que os países financiadores querem em troca.

“Isso não pode ser moeda que represente a perda da nossa soberania”, afirmou.

Na semana passada, Noruega e Alemanha sinalizaram interesse em voltar a investir no Fundo Amazônia. O ministro disse que existe um “discurso medíocre” na Europa contra questões ambientais no Brasil, que cria um “mundo ideológico que não ajuda em nada”. Montes e Tereza Cristina tentaram ser recebidos por Emmanuel Macron, presidente da França, crítico das ilegalidades ambientais no Brasil, para argumentar que o agro brasileiro é sustentável, mas não conseguiram.

Desafeto de Bolsonaro, o francês foi um dos primeiros chefes de Estados a ligar para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pela parabenizá-lo pela vitória nas urnas.

Na atual gestão, a Agricultura abarcou áreas que eram ministérios, como Pesca e Desenvolvimento Agrário, além do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que era vinculado ao Meio Ambiente. Montes diz que isso foi “espetacular” para o setor, que “foi tratado como um só”. O novo governo deve desmembrar a Pasta novamente.