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Contra reajustes

Paralisação de caminhoneiros atinge 18 estados

Balanço da Abcam aponta manifestações pacíficas, conforme acordo realizado com os líderanças regionais

Caminhoneiros fazem protesto contra a alta no preço dos combustíveis na Esplanada dos Ministérios
Caminhoneiros fazem protesto contra a alta no preço dos combustíveis na Esplanada dos Ministérios

Caminhoneiros fazem protesto contra a alta no preço dos combustíveis na Esplanada dos MinistériosRodovias de pelo menos 18 estados enfrentam paralisação nesta terça-feira (22), segundo a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), responsável pela convocação da Paralisação Nacional dos Caminhoneiros.

Com o apoio do monitoramento realizado pela Polícia Federal, foram registrados protestos no Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Tocantins, Goiás, Espírito Santo, Ceará, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.

O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, acredita que o movimento vem ocorrendo conforme esperado. “Pedimos que a paralisação ocorresse de forma pacífica, sem prejudicar o direito de ir e vir dos outros condutores. Felizmente, a grande maioria acatou a nossa orientação”, explica Fonseca.

Alguns transportadores estacionaram seus caminhões nos acostamentos das rodovias e pararam apenas outros caminhoneiros para conscientizá-los da importância de uma paralisação geral. De acordo com Lopes, entretanto, não foi possível evitar o envolvimento de baderneiros, “que se aproveitaram da manifestação pacífica e legítima da categoria para causar transtornos em algumas rodovias do país”.

“Não apoiamos e nem nos responsabilizamos por atos de violência, agressões, barricadas nas rodovias ou atos de depredação de patrimônio público. Nosso objetivo é claro: demonstrar ao Governo a nossa insatisfação diante da alta tributação do óleo diesel”, afirma Fonseca.

Resposta do governo

A entidade que representa os caminhoneiros afirma que a paralisação geral é reflexo da ausência de medidas efetivas do governo federal para conter o aumento constante de preço às refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel.

Na semana passada, a Abcam reiterou pedido à Casa Civil e à Presidência da República, por meio de um ofício, com o seguinte pleito:  redução da carga tributária incidente sobre operações com óleo diesel; e isenção da contribuição de intervenção no domínio econômico — Cide-combustíveis, incidente sobre a receita bruta de venda no mercado interno de óleo diesel a ser utilizado pelo transportador autônomo de cargas.

Com o novo aumento do preço do óleo diesel nas refinarias anunciado nesta segunda-feira (21) pela Petrobras, a previsão é que os protestos continuem, informa a Abcam. Na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos, “o que impede o caminhoneiro autônomo de repassar o aumento para o valor cobrado pelo frete”.

Na manhã desta terça-feira (22), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, deu entrevista à rádio CBN e disse que as medidas para reverter o problema ainda estão sendo estudadas. Marun refutou, contudo, a possibilidade de a Petrobras rever sua atual política de reajuste de preços.