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Patologias ósseas em aves

<p>O pesquisador canadense Richard Julien apontou em sua palestra na Apinco as principais causas e medidas a serem adotadas nestes casos.</p><p></p>

Redação AI 05/05/2005 – Problemas relacionados à manqueira e deformidade da perna em aves podem estar associadas, em alguns casos, ao seu rápido crescimento, por isto seriam mais comuns em machos. Segundo o pesquisador canadense Richard J. Julian, da Universidade de Guelph, reduzir a velocidade com que se desenvolve – principalmente entre os primeiros 15 a 20 dias – proporciona uma diminuição da incidência da deformidade do osso angulas (valgus-varus), a condrodisplasia, a espondolistese (dorso arqueado) e ruptura dos tendões, responsáveis por 70% a 90% das deformidades de perna e manqueira em frangos de corte devidamente alimentados com nutrição adequada.

 

Julian apresentou palestra sobre o tema na manhã desta quinta-feira (05/05/), durante o segundo dia da Conferência Apinco, que está acontecendo em Santos (SP). O pesquisador alertou também para o fato de que a manutenção por muito tempo de ovos antes da incubação, assim como uma temperatura não adequado nas incubadoras, também gera um maior descarte e de deformidades de pernas nos pintos. “Mas isto era mais comum no passado. Hoje as incubadoras possuem uma regulagem muito melhor quanto à temperatura”, ressalta.

 

Prejuízos

 

As aves também sofrem diversas lesões por motivos físicos ou de distúrbios músculo-esquelético Uma das causas é a apanha não realizada corretamente. Ao pegar o frango de corte por uma de suas pernas apenas, o funcionário provavelmente causará a separação da epífise no fêmur proximal. Isto provoca hemorragia no osso da perna que pode levar o frango à morte ou condenar – às vezes até carcaça – mais em boa parte dos casos as coxas da ave. “Há uma grande quantidade de aves que realmente morrem durante o transporte até o abatedouro”.

 

Um caso de distúrbio músculo-esquelético é o causado pela miopatia do peitoral profundo. Nestes casos há degeneração, necrose e fibrose do músculo peitoral profundo em aves pesadas para corte, principalmente frango e perus, e geram perdas por condenação da carcaça durante o processamento. “Aqui no Brasil, os galpões são mais abertos e as aves mais ativas. O peitoral profundo tem a função de elevar a asa. Ao baterem as asas ou até correr há um aumento do ácido láctico que pode levar a necrose do músculo em aves pesadas”, afirma
o pesquisador canadense.

 

Isto não é percebido durante o período na granja, vindo a ser descoberto só depois, no abatedouro. Deve-se tomar um cuidado excessivo para que não se corra o risco desta carne chegar a mesa do consumidor. Uma forma de diminuir estas incidências é ter um manuseio diferenciado com aves suscetíveis, como evitar que batam demais as asas, principalmente quando são apanhadas ou carregadas.