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Perdas invisíveis - por Eva Hunka

O aumento da exportação e a globalização tornam as barreiras sanitárias um importante diferencial de competitividade do mercado

Personalidades

O aumento da exportação e a globalização tornam as barreiras sanitárias um importante diferencial de competitividade do mercado, pois a preocupação com a entrada de novos agentes causadores de doenças, e prejuízos, está de mãos dadas com a necessidade de produção de um alimento seguro para população. Com isso, os serviços de inspeção nos abatedouros têm se tornado cada vez mais rígidos para garantir, não só os valores nutricionais, como também a segurança alimentar.

Com o crescimento do consumo mundial de carne de frango, esta será a proteína de origem animal mais consumida no mundo até 2020, e a ABPA prevê que o Brasil será responsável por 44,5% do comércio mundial deste produto.

Algumas doenças causam prejuízos à indústria avícola e perdas econômicas consideráveis, pois resultam em condenação parcial ou total da carcaça, já que partes afetadas por qualquer processo inflamatório devem ser condenadas, e quando este processo se caracteriza sistêmico e visceral, a condenação é total. Alguns critérios estéticos também são avaliados como hematomas e fraturas.

"Para evitar estas perdas, os cuidados começam ainda no incubatório e a vacinação é parte importante no processo", Eva HunkaAs Doença de Marek e Gumboro, podem ocasionar perdas significativas no abatedouro. Estas doenças são velhas conhecidas da avicultura nacional e, talvez por isso, muitas vezes são esquecidas como causas de condenação parcial ou mesmo total de carcaças. Para ambas, a prevenção acontece ainda no Incubatório através da vacinação de pintinhos de um dia ou mesmo in ovo.

A forma cutânea da doença de Marek, que aparece como celulite, ou mesmo sinais inespecíficos como caquexia e palidez, são mais comumente encontrados na linha de inspeção sanitária, porém, como são inespecíficos, muitas vezes são atribuídos à outras enfermidades. O aumento do conhecimento sobre a doença fez com que ela alcançasse taxas tão baixas de infecção, que podem até mesmo levar produtores a acreditar que a doença desapareceu. Este pensamento favorece uma situação perfeita, uma vez que o vírus não desapareceu. Na verdade, ele está em praticamente todos os lugares, especialmente considerando grandes populações de aves.

No caso as doença de Gumboro, por afetar diretamente o sistema imune, o quadro imunossupressivo abre portas para outras doenças como a Bronquite, principal causa de condenação por aerossaculite, ou mesmo doença de NewCastle, que é de notificação obrigatória no Brasil. Assim como na prevenção da Doença de Marek, as grande maioria das aves são vacinadas ainda no Incubatório, pela via sub cutânea ou in ovo. Esta enfermidade costuma ocorrer entre as 3 e 6 semanas de idade, pois é neste momento que ocorre um aumento no números de linfócitos B maduros circulantes. Em aves mais velhas, é comum que a doença seja assintomática, exceto em casos de cepas muito virulentas.

Atualmente, o uso de vacinas vetorizadas é uma importante arma contra estas doenças, pois além de proteger contra a Doença de Marek, com títulos superiores aos 1.500 PFU’s utilizados nas vacinas convencionais, também protegem conta a Doença de Gumboro de forma eficiente e segura. Por conter apenas a parte imunogênica do vírus, promove a imunidade contra a doença, sem causar dano à Bolsa de Fabrícius e, por não sofrer interferência dos anticorpos maternos, promove uma resposta vacinal precoce.

Para evitar estas perdas, os cuidados começam ainda no incubatório e a vacinação é parte importante no processo. Detalhes como a escolha do programa vacinal e as boas práticas de vacinação contribuem positivamente para a lucratividade do setor.