PIB do agronegócio recua 0,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2021
Segundo pesquisadores do Cepea, a queda foi registrada tanto no setor agrícola (-0,75%) quanto no pecuário (-0,96%)
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro cedeu 0,8% no primeiro trimestre deste ano, apontou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), que calcula o indicador juntamente com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo pesquisadores do Cepea, a queda foi registrada tanto no setor agrícola (-0,75%) quanto no pecuário (-0,96%). "Ela esteve atrelada, em grande medida, à forte alta dos custos com insumos na agropecuária e também na agroindústria", diz o Cepea, em nota.
Entre os segmentos do agronegócio, apenas o de insumos cresceu no primeiro trimestre (9,61%). Pesquisadores do Cepea indicam que esse desempenho foi impulsionado sobretudo pela valorização dos insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e máquinas - o que se reflete na pressão de custos sobre a agricultura, como mencionado.
Dentro da porteira, na agricultura, a queda do PIB (-4,22%) no trimestre se deve à intensa elevação dos custos com fertilizantes, defensivos, combustíveis, sementes e outros.
"A queda só não foi mais intensa porque também se estima crescimento do faturamento agrícola no ano, reflexo da expansão esperada das safras, com destaque para milho e café, e da alta dos preços reais dos produtos agrícolas, sobretudo do café, a madeira, o tomate, a mandioca, a cana e o algodão", ressalta o centro de estudos.
Já no segmento primário pecuário, o PIB cresceu 1,18% no trimestre - isso porque, espera-se leve alta do faturamento anual, e os custos apresentaram uma leve queda frente ao primeiro trimestre de 2021, devido ao patamar expressivamente elevado alcançado naquele período.
A estagnação do faturamento pecuário, por sua vez, decorre dos movimentos divergentes entre as atividades que o compõe: os preços subiram na comparação trimestral para bovinos, aves de corte, ovos e leite, mais caíram expressivamente para suínos; já a produção aumentou para bovinos e aves, mas reduziu para leite, ovos e suínos.
O PIB do segmento agroindustrial do agronegócio também teve queda modesta, de 0,43% no primeiro trimestre de 2022, com redução para a agroindústria de base agrícola (0,1%) e pecuária (1,89%).
Assim como dentro da porteira, a queda do PIB refletiu o aumento dos custos industriais a taxa superior à do crescimento esperado para o faturamento. Além dos maiores preços das matérias-primas agropecuárias, outros custos também subiram, como os de energia e logísticos, ao passo que a ainda enfraquecida demanda doméstica dificulta o repasse desses custos aos preços ao consumidor.
Por fim, o PIB dos agrosserviços também recuou, 1,51%, devido à dinâmica dos segmentos a montante. Considerando-se esse desempenho e o comportamento do PIB brasileiro no período, estima-se que a participação do setor na economia fique em por volta de 26,24% em 2022, pouco abaixo dos 27,6% registrados em 2021.
Assuntos do Momento

Poder de compra do avicultor de corte recua em junho
A menor demanda interna pela carne de frango, devido à renda limitada da população, sobretudo no início deste mês, pressionou o valor médio do animal vivo

Frango pode ser a carne mais consumida do mundo até 2030
Segundo o estudo, o consumo geral de carnes subirá 14% nos próximos oito anos, tendo destaque para o frango

Caem as avaliações de qualidade de milho e soja dos EUA devido a clima quente
As classificações caíram dois pontos percentuais em relação a uma semana atrás

Milho, soja e trigo despencam na Bolsa de Chicago e causam preocupações econômicas
A soja atingiu seu menor patamar desde 11 de maio e o milho atingiu seu nível mais baixo desde 6 de junho
Soja e milho dos EUA sobem na Bolsa de Chicago com recompra de posições; trigo recua
Na bolsa de Chicago, a soja para julho fechou em alta de 17,50 centavos de dólar a 16,1075 dólares o bushel
China diminui importação de soja do Brasil e aumenta dos Estados Unidos em maio
As importações da oleaginosa dos Estados Unidos alcançaram 16,77 milhões de toneladas de janeiro a maio