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Inovação

Polo Regional de Inovação no Agro será lançado em Toledo

A região, que abriga algumas das maiores cooperativas do País e onde se localizam municípios campeões em VBP no Paraná, está prestes a receber uma chancela importante do Mapa 

Polo Regional de Inovação no Agro será lançado em Toledo

A tecnologia e a inovação são fatores transformadores, capazes de causar grande impacto no setor produtivo. Dentro dessa perspectiva, o agronegócio é um dos segmentos que tem se beneficiado, e uma das regiões brasileiras com grande potencial de inovação é o Oeste do Paraná, onde o agro possui ecossistema variado e desenvolvido.

A região, que abriga algumas das maiores cooperativas do País e onde se localizam municípios campeões em VBP (Valor Bruto de Produção Agropecuária) no Paraná, está prestes a receber uma chancela importante do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Inovações como a conectividade no campo possibilitam a criação de ferramentas tecnológicas que impulsionam a produtividade e fomentam a criação de startups e o desenvolvimento de pesquisas nos parques tecnológicos e nas universidades oestinas. É por isso que o Oeste paranaense será reconhecido nos próximos dias como Polo Regional de Inovação e Tecnologia para o Agronegócio.

No dia 09 de dezembro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, virá a Toledo participar de um evento no Biopark, onde será anunciada a criação do polo. Na programação constam ainda as assinaturas de diversos convênios. Essa será mais uma etapa do processo iniciado há cerca de dois anos, com um evento promovido no Sebrae em Cascavel, que contou com a participação de lideranças do agronegócio, como os dirigentes das cooperativas Lar, Frimesa e outras.

De acordo com Emerson Durso, Gestor de Projetos de Agronegócio do Sebrae, em 2019 o Ministério da Agricultura, inspirado em um modelo implantado na China, passou a mapear no Brasil os polos de inovação tecnológica do agro. A partir dessa identificação, a equipe do Mapa começou a visitar essas regiões, participando de eventos como o promovido em Cascavel, em agosto daquele ano, para analisar a viabilidade de criação dessas zonas de modernização.

Desde então, o Oeste do Paraná estabeleceu um canal de comunicação com a equipe do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária, do Mapa. Durso nos conta que depois de conhecer e analisar a região, os servidores do ministério ficaram animados. “Eles ficaram impressionados com o nosso nível de coesão, com o nosso ecossistema, como a gente encaminha as demandas e como as nossas lideranças tratam o assunto de forma madura”, ele relata.

A vinda da ministra Tereza Cristina é para formalizar o reconhecimento do Oeste como Polo Regional de Inovação e Tecnologia para o Agronegócio. Será o terceiro polo desse tipo criado no País, depois de Londrina, cuja região foi reconhecida em 2020, e o Cerrado Mineiro, reconhecido na última semana.

Outras regiões, como a de Pato Branco, a de Piracicaba e o Triângulo Mineiro também pleiteiam o mesmo. O Oeste paranaense vem demonstrando ao Mapa excelente nível de coesão, nível de organização, ecossistema para o agronegócio, além de apresentar os parques tecnológicos, a quantidade de startups e o perfil das universidades da região.

Utilizando sua metodologia de fortalecimento de ecossistemas de inovação, o Sebrae está dando suporte a iniciativa, que também conta com apoio do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), instituição que congrega as entidades que formam o núcleo responsável pela governança do polo.

Além de formar uma governança, também é preciso fazer um diagnóstico da inovação do agronegócio na região e um plano de trabalho. O diagnóstico da região já está sendo feito pelo Sebrae, que concluiu no último mês de setembro um levantamento detalhado em Cascavel e elaborou um plano para o ecossistema de inovação local. O mesmo será feito logo mais em Toledo, Marechal Cândido Rondon, Palotina, Medianeira e outras cidades.

Quanto a governança, o POD pretende unir diversas entidades que formam a base do comitê regional. Vale ressaltar que no momento há 25 organizações com representantes no comitê, mas a participação é aberta e outras entidades, se desejarem, também poderão ser incluídas.

A lista é bem diversificada e composta por sindicatos rurais, cooperativas, parques tecnológicos, universidades, institutos e associações distribuídos por toda a região: Sistema Regional de Inovação, Unioeste, Biopark, Parque Tecnológico Itaipu, Fundetec, Cooperativa Lar, Cooperativa Frimesa, Programa Oeste em Desenvolvimento, Cooperativa Coopavel, Sindicato Rural de Cascavel, Fiep, Sicoob Credi Capital, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná IDR-PR, AcicLabs, Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação, ACIT – Associação Comercial de Toledo, PUC Toledo, IFPR Assis Chateaubriand, Unila, IFPR Foz, UTFPR Campus Medianeira, UTFPR Campus Toledo, UFPR Palotina, UTFPR Santa Helena e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Toledo.

O plano de trabalho será feito a partir do diagnóstico do setor agro na região, e caberá à governança a execução dos projetos. Na sequência, poderá ocorrer a atração de capital, por parte de investidores, bancos e de cooperativas de créditos, com aporte dos recursos necessários para atender as necessidades do polo, como pesquisas e desenvolvimento de tecnologias. Com isso, a região poderá se beneficiar de diversas formas. Para entendermos o que está por vir, o gestor do Sebrae cita como exemplos a possibilidade de criação de um banco de dados e a construção de laboratórios para inovação em alimentos. A região também poderá receber a implementação de políticas públicas e ganhar o apoio do Mapa, através de acordos comerciais do governo brasileiro, para ampliar as exportações.

A primeira reunião de governança, programada para iniciar o planejamento de ações, antes mesmo do encontro com Tereza Cristina, está marcada o dia 30 de novembro e acontecerá de forma virtual. Em 07 de dezembro deve ocorrer o segundo encontro, também online, para seguir com a construção de uma agenda voltada para a inovação e desenvolvimento de tecnologia para a o agronegócio no Oeste paranaense.