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Preço do milho continua nas alturas

Um dos motivos seria a abertura para as exportações, com preços melhores em função da alta do câmbio.

Da Redação 07/02/2003 – Produtores de suínos e aves vão pagar mais caro pelo milho neste ano, o que pode implicar aumento de preços de carnes e ovos, de acordo com a notícia do jornal mineiro Hoje em Dia. Em pleno início de safra nos Estados da região Sul do País, o produto vem se mantendo com as elevadas cotações do final do ano passado. O motivo seria a abertura para as exportações, com preços melhores em função da alta do câmbio.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acrescenta que os produtores estão capitalizados com a boa venda de soja plantada na rotação de cultura e, por isso, estão retendo o milho e forçando a manutenção dos preços. Consumidores também têm sentido falta do milho em lata em alguns supermercados, e pelo menos uma rede admite que enfrenta problemas com a reposição dos estoques. E, na Conab, as reservas que ajudaram a controlar o preço no ano passado, estão praticamente zeradas.

O produtor de milho vai ganhar agora o que não ganhou no passado”, prevê a gerente de Oleaginosos e Produtos Pecuários da Conab, Rocilda Santos Moreira. Segundo ela, no último dia 31, o preço médio da saca de 60 quilos na região produtora de São Paulo ficou em R$ 22,75, contra R$ 20,75 no Paraná. Há seis meses, os valores eram, respectivamente, R$ 8,75 e R$ 9,05, semelhantes às cotações de janeiro de 2001 e um pouco menores que as de janeiro de 2002. Em seis meses, os preços médios tiveram alta de até 160%. O produtor está optando por exportar, com contratos futuros, e não temos a contrapartida da importação, uma vez que 90% da comercialização mundial é de produto transgênico, proibido no Brasil”, avalia Rocilda.

Ainda assim, a gerente da Conab não crê em falta do produto no Brasil. Com previsão de colher 31 milhões de toneladas na primeira safra de 2002/2003 e entre 6 e 8,5 milhões na segunda, o país teria condições de atender o consumo interno de aproximadamente 36 milhões de toneladas. Mas as exportações devem levar parte da produção. Se sair um volume acima de 1,5 milhão de toneladas, o milho até poderia faltar. Mas, se isso ocorrer, o preço sobe e passa a ser vantagem para o produtor vender aqui mesmo”, sustenta Rocilda.