Preços de fertilizantes seguem em alta
Aumento da cotação do gás natural acentua quadro de encarecimento dos adubos
Os preços dos principais grupos de fertilizantes seguiram em alta no mercado internacional no último mês. A cotação da ureia alcançou US$ 620 por tonelada no dia 1° de outubro, um avanço de quase 30% em relação ao valor registrado na última semana de agosto no Oriente Médio, importante região produtora, segundo relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA.
O aumento do preço do gás natural, usado na produção da amônia — matéria-prima que, por sua vez, dá origem a nitrogenados como a ureia — foi um elemento importante na alta dos fertilizantes. O encarecimento do gás afeta as indústrias produtoras de adubos, a exemplo de Yara e Basf, que anunciaram cortes na produção. O mesmo fez a CF Industries, que voltou a operar normalmente com subsídios do governo inglês.
A Basf anunciou no fim do mês passado que reduziria a produção de amônia nas unidades da Antuérpia (Bélgica) e Ludwigshafen (Alemanha). “A companhia vai monitorar o andamento do preço do gás natural e ajustará sua produção de amônia de acordo [com os valores da matéria-prima]”, disse a companhia, em comunicado. A Yara já havia anunciado decisão similar em meados de setembro.
Outro fator de valorização dos nitrogenados é a crise energética na China, importante fornecedor global também de fosfatados. O mercado volta as atenções para o país, que, nos últimos meses, vem atuando para dificultar embarques de adubos. Há rumores sobre interrupção do fornecimento de alguns tipos de fertilizantes, lembrou recentemente o diretor de fertilizantes da StoneX, Marcelo Mello. Ainda segundo o Itaú BBA, a oferta global de fosfatados também foi impactada pelo furacão Ida nos Estados Unidos.
Em potássicos, mesmo com a perspectiva de baixos volumes de compras brasileiras nos próximos meses, os preços subiram 7% no intervalo entre o início de setembro e o começo de outubro. No dia 1° deste mês, a tonelada havia alcançado US$ 770 (preço no porto) no país, informa o banco, reflexo, principalmente, das sanções que os Estados Unidos impuseram a Belarus, segundo maior produtor global. A medida tem gerado incertezas sobre a disponibilidade do insumo.
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