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Produção de ovos caipiras cresce no Distrito Federal

Para coordenadora de avicultura da Emater-DF, aumento reflete procura da população por uma alimentação mais saudável

Produção de ovos caipiras cresce no Distrito Federal

A agricultura familiar do Distrito Federal produziu, em 2019, mais de 900 mil dúzias de ovos caipiras, um aumento de 20% em relação a 2018. A produção de carne de frango caipira ficou em 434 toneladas em 2019.

A coordenadora de avicultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF), Adriana Zica, avalia esse crescimento como tendência nacional da população por uma alimentação mais saudável. “Segundo as pesquisas nacionais, houve uma diminuição no consumo de leite e de carne vermelha e um aumento no consumo de ovos e de carne de frango”, explica.

Alimentação saudável

Adriana lembra que, devido ao problema de peste suína na China, em 2019, o Brasil aumentou a exportação de carnes suína e bovina, o que causou aumento de preços no mercado interno. Isso refletiu no aumento do consumo de carne de frango. “Mas a tendência à alimentação saudável é uma realidade que vemos, inclusive, na redução do consumo de açúcar no Brasil, em mais de 40% no ano passado”, atenta.

Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita de ovos tem aumentado ano a ano (veja quadro abaixo). “Muitas dessas dietas saudáveis desaconselham o consumo de carne vermelha e estimulam o consumo da proteína do ovo, por ser saudável e barato”, ressalta a coordenadora de avicultura.

Hoje o Distrito Federal conta com 4.702 produtores de aves, dos quais 4.292 são pequenos produtores atendidos pela Emater. Os demais são avicultores industriais que, de acordo com a legislação, precisam ter um médico veterinário contratado como responsável técnico pela produção.

Frango em queda

O produtor rural da Ponte Alta Vander de Paula Nunes, que atua no ramo desde 1998 com assistência da empresa, registra que a venda de ovos caipiras tem aumentado, mas a venda do frango caipira teve queda. “O frango caipira a gente vende vivo, então, quanto mais vai passando o tempo, vai diminuindo a procura”, afirma.

Nunes comercializa em algumas feiras e sacolões, mas entrega a um revendedor a maior parte da sua produção. Por semana, ele produz 210 caixas de ovos, mas espera chegar a 350 por semana. Ele chegou a vender mais de mil frangos, mas atualmente entrega apenas de 100 a 150 frangos. “Com as feiras fechadas e esse coronavírus, está difícil vender os frangos caipiras”, destaca.

Pesquisar é importante

Para quem quer entrar no negócio, Nunes aconselha a começar com pouco e pesquisar bem antes de investir. “No início, quebrei e tomei prejuízo, porque comecei com muitos pintinhos e sem ter espaço adequado e o conhecimento para levar a produção”, relata. “Hoje tenho mais de 28 mil aves de postura, entre pintinhos e aves em produção. Se eu tivesse mais área, produziria ainda mais, mas atualmente já preciso alugar galpão fora da minha propriedade”.

Para quem iniciou ou quer começar uma produção de aves e ovos caipiras, o médico-veterinário e gerente do escritório da Emater-DF no Gama, Pedro Ivo Braga, orienta: “Primeiro é preciso saber onde vai vender e para quem vai vender. Isso vale para qualquer empreendimento. A partir daí, quando souber o quanto e para quem ele consegue vender, é que o produtor vai começar a ver outras questões, como planejar suas instalações, usar tecnologias, além das questões legal e ambiental. “Basta o interessado nos procurar, que podemos dar todas as orientações”.