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Produtores pedem solução para Chapecó

Grupo de instituições públicas e privadas ligadas ao agronegócio em SC promove um manifesto para chamar a atenção de autoridades da República para o problema da Chapecó Alimentos.

Da Redação 19/03/2003 – Um grupo de instituições públicas e privadas ligadas ao agronegócio em Santa Catarina promove hoje (19), em Chapecó, no oeste do estado de SC, um manifesto para chamar a atenção das mais altas autoridades da República para o problema do conglomerado agroindustrial Chapecó Alimentos. É o “Ato pela salvação da Chapecó Alimentos”, coordenado pela Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Sindicato dos Criadores de Aves (Sincravesc), Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Sindicatos de Trabalhadores, Prefeituras da região e entidades empresariais.

“A crise da empresa requer solução política porque, pela lógica do mercado, a solução não virá”, afirma o diretor da Faesc, Enori Barbieri. As entidades não entendem porque o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é o acionista majoritário da empresa (detém 29,65% de participação), não intervém na situação pré-falimentar.

O frigorífico, um dos cinco maiores do País, está há meses sem poder pagar os criadores de aves e suínos. Sem recursos para garantir ração aos integrados, com pouco crédito e atraso no pagamento de fornecedores, vive sua segunda maior crise. A dívida total, segundo fonte da empresa, é de US$ 180 milhões, sendo o BNDES o principal credor.

O analista de mercado da Leme Investimentos, de Florianópolis, Adriano Marques de Sousa, afirma que o endividamento sobre o patrimônio líquido da empresa está em 207%, considerado altíssimo. “A média no setor é de 60% a 70%.”

Segundo a Leme, a Chapecó não publicou seus resultados desde 31 de março de 2002, data em que a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 11 milhões. Em 2001 a receita líquida foi de R$ 689 milhões, 71% superior a do ano anterior. O diretor da Faesc, Enori Barbieri, credita a situação ruim à má gestão administrativa e financeira. “O ano passado foi excelente ao setor de aves e suínos, ainda mais com a vantagem cambial. O Brasil exportou 1,5 milhão de toneladas de aves e 480 mil toneladas de suínos”, afirma.

Para os 1.500 produtores integrados a empresa deve R$ 16 milhões e não os paga há mais de 90 dias, afirma Barbieri. “O Sindicato dos Avicultores de Santa Catarina pediu para que a Faesc intervir. A Chapecó não fornece ração suficiente para os animais e aves e suínos estão morrendo”, diz. A unidade do frigorífico de Xaxim, por exemplo, é responsável por 64% da movimentação econômica da cidade de 30 mil habitantes.