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Crédito

Redução de 1% na taxa de juros do Plano Safra 2017/2018 diverge opiniões

Secretário de Agricultura de SP fez duras críticas 

Redução de 1% na taxa de juros do Plano Safra 2017/2018 diverge opiniões

Que o agronegócio tem sustentado a economia do país não é novidade. Porém, o que os produtores esperavam era um incentivo maior vindo do Plano Safra 2017/2018, uma vez que a redução de apenas 1% na taxa de juros causou estranheza por não contemplar a realidade do crescimento de 8% da produção agropecuária do Brasil.

Segundo o consultor em agronegócio Carlos Cogo, o sentimento geral dos produtores é de decepção, principalmente com a taxa de juros. “O governo gasta muito pouco com a equalização de juros do crédito rural”, disse ao Canal Rural.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, causa estranheza que o anúncio do governo federal não contemple a realidade do crescimento de 8% da produção agropecuária do Brasil. “No ano passado, a taxa Selic era de 14,25%; não há como ignorar que atualmente esteja em 10,25% e pode ainda diminuir. A inflação era de 6,5%, com a previsão de chegar a 4,2%, portanto uma queda de 2,3 a 2,5% neste ano, com tendência declinante para 2018”, disse.

Para Arnaldo Jardim, a diminuição dos juros deveria, ao menos, ser proporcional à queda da Selic, mantendo o diferencial em relação à taxa de inflação. “Isso para que não se veja como é, na realidade, um aumento da taxa de juros para um setor que está determinando o avanço da produção brasileira, sustentando a retomada do crescimento econômico. O governo precisa imediatamente pensar sobre isso e rever as taxas de juros do Plano Safra”.

Numa perspectiva de apoio ao controle da inflação e benefício aos consumidores, o governo anunciou que a taxa de juros do Plano Safra 2017/2018 da agricultura familiar para o custeio será de 2,5% para a produção.

Já o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para investimentos em irrigação, armazenagem e práticas sustentáveis de manejo do solo e da água, além das tecnologias de energia renovável, terá juros de 2,5% ao ano. O anúncio do Plano Safra 2017/2018 para a agricultura comercial será realizado no dia 7 de junho, em Brasília.

Para o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, proporcionalmente ao número de agricultores, Santa Catarina é o estado que mais utiliza os recursos do Pronaf no país. “Os agricultores catarinenses acessam, em média, R$ 2,5 bilhões por ano para investimentos em melhorias de produção e infraestrutura nas propriedades rurais”.

Para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2017/18, o Governo Federal manteve a taxa de juros que varia entre 2,5% e 5,5% ao ano. A menor taxa será destinada aos produtores de arroz, feijão, mandioca, leite, alho, tomate, cebola, batata, abacaxi, banana, açaí, laranja, hortaliças, além daqueles que se dedicam à produção de alimentos orgânicos. Os agricultores familiares que utilizam energia renovável e práticas sustentáveis de manejo do solo e da água também se beneficiarão dos juros de 2,5% ao ano.

“Nós esperávamos uma redução na taxa de juros por causa da queda da inflação e da taxa Selic, mas mesmo assim as condições continuam atrativas para que os agricultores familiares continuem investindo”, destaca Spies.