Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Comentário Avícola

Sanidade Avícola Preventiva: Visão econômica parte I - por Roberto Bordin

Artigo sobre situações técnicas e econômicas sobre sanidade avícola, demonstrando situações importantes para a cadeia.

Sanidade Avícola Preventiva: Visão econômica parte I - por Roberto Bordin

Nesta publicação estaremos apresentando situações técnicas e econômicas sobre sanidade avícola, demonstrando situações importantes sobre o aspecto preventivo no controle das doenças associando os dados de saúde das aves com sua capacidade produtiva e financeira. Acompanhem os artigos e boa leitura.

PARTE I:

Atualmente a avicultura do Brasil atingiu um nível de produtividade bastante elevado. Nas últimas décadas a genética e a nutrição animal apresentaram juntas um desenvolvimento muito intenso, aliadas aos conceitos de tratamento – sanidade, das doenças bem como com as práticas de ambiência.

Na produção contemporânea o maior desafio na produção de aves se manifesta na pressão de infecção ambiental. Os antibióticos usados como antibióticos promotores de crescimento (APC) não atuam diretamente no ambiente, mas estão diminuindo o crescimento de diversas bactérias no animal e exercem a sua função como APC.

É importante notar que o ambiente mantém seu nível de alta pressão de infecção bacteriano, viral e fungico. Assim existe uma pressão de infecção que impacta a produtividade; em outras palavras o potencial da produtividade fornecido pela genética nutrição e o ambiente produtivo não estão sendo potencializados como esperado. O objetivo geral na produção animal é a busca por produtividade e saúde animal com baixo custo.

A área que oferece o maior potencial de ser desenvolvida no Brasil com objetivo de atingir padrões maiores de desempenho e saúde nas aves é a higiene das instalações. No sistema de criação europeia a higiene animal permite de atingir IEPs entre 350 até 400 com níveis de pressão de infecção muito reduzidos, fato este não avaliado rotineiramente no Brasil. Ademais existe a possibilidade de diminuir o vazio sanitário em até 5 dias ou menos em alguns casos, assim potencializando a produtividade por lote e aumentando adicionalmente a produtividade anual em número de lotes.

Em relação a discussão sobre o risco de uso de APC a polemica é certa. Muitas vezes falta de conhecimento técnico por parte de muitos, aumenta ainda mais a discussão, principalmente quando o foco é o consumidor. Em essência o consumidor decide o que ele quer comprar. Em muitos países o consumidor está cada vez mais informado sobre o assunto – antibióticos (seja correto ou não) e dirige sua compra em função de seu conhecimento; neste sentido a produção tem que ser direcionada ao consumidor, criando um potencial de rentabilidade com um valor agregado com baixo custo no futuro para o mesmo.

Os países que importam carnes do Brasil são em geral motivados pelo preço e não tanto pela busca por excelência na qualidade. O Brasil tem excelentes condições para produzir carnes com vantagens climáticas, sanitárias e nutricionais com quais poucos países podem competir. Igualmente o Brasil não tem mais o perfil de um produtor avícola barato e tem todo o potencial para produzir produtos com valor agregado que vão segurar as exportações do futuro. Produtos que são produzidos sem APC e controlados por certificadoras internacionais permitem receber um valor maior, permitindo de aumentar a rentabilidade agroindustrial.

O outro aspecto que seria importante de ter conhecimento é o risco do impacto da falha da biosseguridade sobre a macroeconomia Brasileira. A exportação de carnes representa um capital importante para Brasil. Os mercados internacionais são cada vez mais competitivos e qualquer argumento será usado para impedir importação de carnes para proteger a indústria local destes países. Para diminuir este risco macroeconômico um sistema de biosseguridade é fundamental no qual a higiene representa a essência deste sistema.

A tecnologia já existe, mas precisa ser implantada e direcionada por rentabilidade e produtividade.

Autores:

Prof. Dr. Roberto de Andrade Bordin – DMV
Faculdade de Tecnologia de São Paulo, Unidade Mogi das Cruzes, Brasil.
Setor de Nutrição, Produção, Sanidade e Agronegócio Animal.

Prof. M.Sc. Rafael Bueno – DMV
Faculdade de Tecnologia de São Paulo, Unidade Mogi das Cruzes, Brasil.
Setor de Nutrição, Produção, Sanidade e Agronegócio Animal.