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Sem oferta, o milho vai ficando mais caro

Nunca os preços estiveram tão altos. Mas a suinocultura e avicultura avisam: não há mais como repassar os custos.

Da Redação 29/10/2002 – Ausência de oferta nas principais praças compradoras do Sudoeste e Oeste do Paraná manteve alto o preço de milho em todo o Estado, esta semana. Na terça-feira, em Cornélio Procópio, Rolândia e Jacarezinho, houve negócios de até R$ 21,00/saca. Este preço – máximo do dia – encostou no preço do mercado de lotes em Cascavel, R$ 22,00. Em Maringá, preço ao produtor ficou em R$ 20,00, com pouquíssima oferta. Em Londrina, R$ 20,80. Em Apucarana preço oscilou entre R$ 18,50 e R$ 19,40. Ivaiporã teve preços ligeiraente abaixo desses níveis. Em Francisco Beltrão e Pato Branco, com pouca oferta, preço ficou praticamente na mesma faixa.

Suinocultores continuam enviando os animais mais cedo para o abate. Perdem no peso mas economizam na ração.

A tendência é de alta para o milho com a perda de grandes áreas plantadas em setembro, por falta de chuva. Nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul – que têm maior consumo e menor produção -, os preços estão mais altos. E no Estado de São Paulo, para o mercado de lotes o preço explodiu no meio da semana. Na região de Campinas o preço da saca de 60 kg, no mercado disponível, foi de R$ 26,70.

Embora haja uma forte pressão de compra no mercado, os produtores de milho se baseiam no fato de que, nos próximos meses, haverá uma disponibilidade muito ajustada do cereal, segundo análise da FNP. Assim, eles prorrogam a venda da mercadoria armazenada e só vendem o que precisam para pagar despesas. Segundo informações dos agentes de mercado do estado de São Paulo, a maior parte da mercadoria a ser comercializada está nas mãos dos produtores, armazenada nas cooperativas. Os preços da saca de milho assimilaram novos ajustes em diversas praças devido à pressão de compra no mercado dos granjeiros.

A Conab divulgou quarta-feira o primeiro levantamento de safra do ano agrícola 2002/2003. Apontou uma área plantada com milho para a safra verão entre 9,224 e 9,399 milhões de ha, inferior aos 9,439 milhões de ha do ano 2001/2002. O levantamento abrangeu mais de 410 municípios.

A redução de área prevista pelo governo é modesta e evita maiores alardes no setor produtivo de aves e suínos. Segundo a estimativa da FNP, a área de milho da safra verão nos estados do Centro-Sul (regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul) cairá 9% na próxima safra.