Redação (09/04/07)- A cidade de Chapecó sedia nesta semana – dias 10, 11 e 12 – , no Bristol Lang Palace Hotel, um dos maiores eventos setoriais da área avícola do país: o VIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura. O Simpósio é promovido anualmente pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários para debater os principais temas da atualidade relacionados ao setor.
Na abertura, agendada para às 20 horas desta terça-feira, haverá a palestra “Mercado de carnes, barreiras sanitárias, riscos e oportunidades”, com o presidente da Cidasc, Hamilton Ricardo Farias. Logo após será servido coquetel de confraternização.
Nesta entrevista o presidente da comissão organizadora, Luis Carlos Farias, fala sobre a importância desse evento e as perspectivas do setor avícola.
Qual a importância do Simpósio?
Luis Carlos Farias – O Simpósio Brasil Sul de Avicultura está consolidado como um evento anual que proporciona uma reciclagem para os profissionais do setor e por promover debates de conteúdo científico e qualidade técnica. Atualização, conhecimento e discussão são ferramentas que proporcionam abertura de novos horizontes. Quanto mais atualizados estivermos melhor poderemos conduzir o futuro da avicultura.
Percebe-se a importância de eventos como este quando se leva em conta que a cadeia avícola brasileira emprega quatro milhões de pessoas no Brasil, produz 2,7 milhões de toneladas e movimenta US$ 20 bilhões de dólares por ano, dos quais, mais de US$ 4 bilhões de dólares são obtidos em exportações.
Quais os destaques da programação?
Farias – Teremos palestras com autoridades mundiais do setor, como o professor doutor Omar Oyarzabal, de Alborn (USA), com o tema “Medidas para controle de patogenos no abatedouro”, Tim Green, de Oxford (Inglaterra), que falará sobre “Normas e padrões do Eurepgap e outras certificações”, o doutor Kenneth Powell, de Siloam Springs, com o tema “Saúde intestinal e problemas esqueléticos em frangos de cortes”, Charles Chuck Hofacre, de Geórgia (USA), que abordará “Controle de enterite necrótica – presente e futuro”, Mário Sérgio Assayag Júnior, de São Paulo (SP), falará sobre “Bronquite infecciosa e suas variantes”, o doutor Carlos Tadeu Pippi Salle, de Porto Alegre (RS), com o tema “Interpretação de resultados laboratoriais”, o doutor Oscar Morales, da Flórida (USA), sobre “Doença de Gumboro – diferentes geografias, diferentes experiências”, além de várias outras palestras que irão contribuir muito para o aperfeiçoamento profissional dos participantes.
Chapecó vai continuar sediando o Simpósio Brasil Sul de Avicultura?
Farias – Sim, Chapecó possui uma localização estratégica do ponto vista geográfico, pois Santa Catarina é referência na produção de frangos de corte e está localizado entre dois pólos avícolas que são o Rio Grande do Sul e o Paraná. Por esse, e outros motivos, Chapecó deve manter-se como sede do Simpósio. Este evento ao longo dos anos vem se consolidando com uma característica fundamentalmente técnica atendendo a demanda dos técnicos que trabalham com avicultura nas empresas destes estados.
Quais as perspectivas para o setor avícola nos próximos meses?
Farias – As perspectivas são boas. Os preços reagiram bem em relação ao ano passado e o setor deve voltar a crescer.
Qual o atual quadro da avicultura catarinense?
Farias – O estado de Santa Catarina é o segundo maior exportador de carne de frangos e o segundo maior produtor. Hoje, SC adotou uma série de medidas em nível de governo e em nível de iniciativa privada para manter-se como referência nas exportações de carnes de aves.
Um ano após a crise da gripe aviária como está caracterizada a avicultura brasileira?
Farias – A Avicultura brasileira está bem preparada porque hoje os órgãos governamentais competentes tem atuado em parceria com a iniciativa privada, com um objetivo comum que é evitar a entrada de qualquer doença que venha comprometer a sanidade avícola. Dessa forma foi criado em Santa Catarina, com forte apoio das agroindústrias, um órgão de defesa, chamado Instituto Catarinense de Sanidade Anima (ICASA), que conta com mais de 100 veterinários atuando na vigilância sanitária. Todas as propriedades avícola estão mapeadas através de um sistema de georreferenciamento que permite localizar rapidamente através de GPS qualquer propriedade avícola.
Por isso o Estado de SC receberá no período de 16 a 20 de abril a primeira auditoria do MAPA para a regionalização da avicultura. Um trabalho em parceria do governo estadual e agroindústrias e que colocará mais uma vez o Estado em destaque na sanidade do país.
Qual o status da nossa avicultura em termos de sanidade?
Farias – A agroindústria avícola brasileira é a mais avançada do mundo e toda a cadeia produtiva – há mais de 20 anos – obedece a rigorosos padrões de biossegurança. As aves de corte são criadas em cativeiro, sem contato com outros animais. O acesso às granjas e todas as instalações avícolas é extremamente controlado. O sistema de vigilância sanitária está bem desenvolvido. Além disso, o país não é alcançado pelas principais rotas de aves migratórias. Por outro lado, governo e cadeia produtiva adotaram o programa de regionalização da avicultura brasileira.