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FIPPPA 2015

Valter Vanzella, diretor-presidente da Frimesa, será homenageado durante a FIPPPA 2015

Empresário será agraciado como Destaque Empresarial na Cerimônia de Abertura Oficial do evento marcada para a noite do dia 27 de abril. Na ocasião, Elisa Fernandes, vencedora do MasterChef Brasil, preparará iguarias especiais.

Valter Vanzella, diretor-presidente da Frimesa, será homenageado durante a FIPPPA 2015

Diretor-presidente da Frimesa há 18 anos, mas faz parte do grupo há 30 anos. Valter Vanzella é produtor rural e, em suas palavras, “apesar de ter tido uma vida muito burocrática”, como contabilista, essa atividade o ajudou muito nesses anos em que gere uma cooperativa central. Com tamanha experiência, o profissional foi lembrado pelos organizadores da FIPPPA – Feira Internacional de Produção e Processamento de Proteína Animal como DESTAQUE EMPRESARIAL de 2015. 

Vanzella será agraciado com a homenagem na Cerimônia de Abertura Oficial da FIPPPA, marcada para a noite do dia 27 de abril, no Expotrade em Pinhais (Região metropolitana de Curitiba – PR). Outras personalidades que contribuem para o desenvolvimento das cadeias de aves, suínos e leite, seja na área empresarial, seja na área técnica, também receberão o preito na ocasião. Ápós o cerimonial, expositores, convidados vips e autoridades do setor avícola, suinícola e leite irão prestigiar um coquetel liderado pela Chef Elisa Fernandes, vencedora do MasterChef Brasil, da Rede Bandeirantes de Televisão. O prato vencedor do programa “Filé Mignon Suíno, com purê de cabotiá” será servido junto de um delicioso buffet de frios, acompanhado de vinho.

Confira a seguir uma entrevista exclusiva com o diretor-presidente da Frimesa, Destaque Empresarial da FIPPPA:

 – Qual o significado para o senhor da homenagem que a Frimesa receberá na abertura da FIPPPA 2015 como Destaque Empresarial?

Toda a homenagem, todo o reconhecimento entendo como um atestado de que a gente está no caminho certo. Na vida, a maioria das pessoas pensa em fazer o certo, mas, muitas vezes, o difícil não é fazer o certo, é saber o que é certo. Quando você dá um rumo para uma empresa que envolve muita gente, como é uma cooperativa central que, pelas suas filiadas tem mais de 30 mil pessoas, se somarmos funcionários e associados, você recebe o reconhecimento de quem te vê de forma isenta, é um atestado de que estamos no caminho certo.

– Qual a importância de um evento como a FIPPPA para o agronegócio?

Toda a oportunidade para fazer com que as pessoas que vivem no dia a dia em uma indústria de carne possam agregar algo principalmente em um país que tem o potencial de produção que o Brasil tem, mas que tem a exclusão dos principais mercados, principalmente se tratando de carne suína, uma iniciativa dessa natureza, da maneira como será colocada, com palestras e orientação das pessoas que estão envolvidas no processo, para evoluírem e estarem mais adequadas a uma política mundial, vejo como uma coisa muito positiva.

 – A FIPPPA contará com cerca de 200 expositores dos mais diversos segmentos. O senhor acredita que as empresas estão abertas para modernizar seu parque industrial com as novas tecnologias que serão apresentadas?

Nós, no Brasil, temos muitos problemas e talvez nem todos sejam das empresas. Muitas empresas, por exemplo, a própria Frimesa, têm ido pelo mundo ver o que existe de mais moderno, inclusive temos um projeto para uma indústria nova. Fomos para a Alemanha, Holanda, temos uma ida para o Canadá para conhecer indústrias de última geração. As empresas estão buscando o que existe de mais avançado. Se olhar na área de frangos, frigoríficos mais novos de nossas afiliadas têm um nível tecnológico mais avançado. Agora, o que nos preocupa é que o Brasil tem um monte de restrições a nós trazermos as novas tecnologias, “isso não pode”, “aquilo não dá”. Eu tenho histórias que, no dia que for terminar de trabalhar, vou escrever, porque tem coisas que a gente duvida que seja possível. Por exemplo, importar uma máquina e pedir autorização para ela ser instalada, o órgão competente dá a autorização e, de repente, vem outra pessoa do mesmo órgão e impacta tudo porque é questionada a competência de quem está dando a autorização, e a máquina fica parada uma eternidade. No Brasil, é necessário que, quem tem o poder na área dos ministérios, evolua como as empresas estão evoluindo. As empresas estão buscando as principais feiras do mundo e temos contato com os principais fabricantes de máquinas do mundo, mas nós estamos cheios de “não pode” no Brasil. Temos que fazer com que todos os envolvidos andem na mesma velocidade. O Paraná, por exemplo, tem um problema seríssimo. Rio Grande de Sul e Santa Catarina foram decretadas livres da febre suína clássica. O Paraná e o resto do Brasil não. Por quê? Porque não fizeram a parte deles. Agora é para se fazer. Santa Catarina é livre da febre aftosa sem vacinação, o Paraná não. Mas é a indústria que tem que fazer isso? Quando falo da deformidade da velocidade com que se fazem as coisas é que não são apenas as empresas, tem o governo e todo um conjunto que devem andar juntos. O Brasil está perdendo muito. Nós que somos da carne suína sabemos que o Brasil está fora dos maiores mercados mundiais, principalmente o Paraná que ainda tem restrição por causa da aftosa.

Qual o peso que tem a agregação de valor dos produtos para a evolução de uma empresa do ramo alimentício?

A Frimesa evoluiu nos últimos anos, na última década principalmente, com o crescimento no abate, mas também na agregação de valor. A Frimesa tem um mix, entre carne e leite, de 380 produtos no mercado, porque ela transforma. Nós somos uma empresa preparada para o mercado internacional, mas focada no mercado interno. Como o mercado internacional depende da política cambial, oscila de uma forma assustadora, não te dá segurança nenhuma. No mercado nacional, é pelos produtos de valor agregado que nós conseguimos consolidar uma marca, conseguimos ter uma relação bastante fiel com o varejo e com isso nossos produtos têm chegado a mesa do consumidor, e tem dado rentabilidade com mais estabilidade, economicamente falando, para a empresa.

– Principalmente com o leite. O exemplo é com o iogurte.

Quando eu falo que tem 380 itens de produtos no nosso mix, nenhum mercado tem todos os nossos produtos, isso dá uma grandeza do mix que tem. Não somos uma empresa que tem um volume uniforme em todo o Brasil. Nós temos mais destaque principalmente no Estado sede, que é o Paraná, também temos presença em Santa Catarina, interior de São Paulo, mas, você chega no Pará e dá a impressão que estão em Cascavel, de tanto produto Frimesa que tem. Fui, no fim do ano passado, receber prêmio como fornecedor top em Macapá (AP). Porque a gente tem lá alguém que nos representa e fez um trabalho muito bom, o produto ajuda. Mas nós reconhecemos que nosso volume, no todo, faz com que em algumas regiões a gente tenha uma presença mais expressiva e em outras não. Com essa política de agregar valor e fazer produto com qualidade, que a gente preza, tem dado nos últimos tempos uma projeção para a Frimesa, que estamos colhendo alguns frutos em todos os sentidos, reconhecimentos e resultados econômicos que nos permitem planejar a próxima década com certo arrojo. Quem em 2005 matava 1,5 mil suínos, hoje já estamos bem mais gordinho.

– A região Sul é destaque pelos excelentes resultados obtidos pelo cooperativismo, e a história da Frimesa é a das cooperativas. Como tornar a produção mais eficiente utilizando esse sistema?

Nós somos uma cooperativa central, uma sociedade de cinco cooperativas. O grupo de cooperativas que são as donas da Frimesa, que é a Copagril, C. Vale, Lar, Copacol e Primato, são cinco cooperativas do oeste extremamente importantes. Somando o grupo da Frimesa, em 2015, deverá passar de R$ 15 bilhões em faturamento. Agora, o que se busca? Nós somos essa sociedade de produtores que busca transformar o grão que se produz no oeste do Paraná em produto de valor agregado. É frango, com cada cooperativa com seu próprio abatedouro, é suíno, é leite e uma coisa muito mais importante: o oeste do Paraná é uma região de pequenos produtores rurais. Se for olhar o tamanho das propriedades, é na casa dos dez, 15 hectares por propriedade. Ele não se viabiliza em cima de plantar soja e milho. Ele precisa ter algo mais, e esse algo mais é o porco, é a galinha, é o leite. Se vai no interior  da nossa região, você vê a qualidade de vida que esse povo tem fazendo esse trabalho. As cooperativas fizeram a parte industrial e a parte de levar o produto aos grandes centros consumidores. Porque lá se produz, mas não se consome o que se produz. Não pode sair cada um com um franguinho na mão, com um porquinho para vender em São Paulo. Deve ter uma estrutura de transformação, de marca, de uma série de fatores. O exemplo disso, que falamos que somos bastante parecidos, é o oeste de Santa Catarina. Vocês sabem o que é o oeste de Santa Catarina, no meio daqueles morros nasceram as principais empresas de alimentos do Brasil. Mas essa transformação, no Paraná, foi o cooperativismo que liderou e que está liderando, e isso tem proporcionado a manutenção do homem  no campo, crescendo em renda e qualidade de vida.

– Qual a expectativa do senhor para o mercado mundial em 2015?

Tudo, para 2015, é uma incógnita, porque o Brasil é uma incógnita. Nós tivemos uma reeleição em que o governo permaneceu na mesma linha, mas com mudanças radicais. Se você observar o PIB brasileiro, que foi insignificante em 2014, nós da indústria de alimentos ainda comemoramos ano passado, mas a indústria em geral só tem o que reclamar. Foi péssimo! Agora, a indústria de alimentos foi o setor que ainda teve um desempenho bom. Com as medidas recessivas, necessárias ou não, vão trazer dificuldades. Ou você acha que todas aquelas empresas que trabalhavam coligadas com a Petrobrás, que estão perdendo emprego, as pessoas não vão reduzir o consumo? Vão. E isso terá consequências que não sabemos. A alta dos juros, alta da carga tributária, alta do custo da energia elétrica são questões que preocupam. As indústrias vão tentar repassar, mas o consumidor, que terá a presença do desemprego, vai ter condições para assumir esse ônus? Temos uma grande preocupação com o que vai acontecer nos próximos tempos. As coisas boas mudam rápido, as ruins não. Vamos aguardar para ver o que vai acontecer. Repito: para a indústria de alimentos até agora não é uma situação de desespero, mas os outros tipos de indústria temos visto que a coisa está feia há algum tempo.

– E como os produtores e industriais podem se preparar para essa incógnita?

O agronegócio vem de uma maré relativamente boa. Todo o produtor rural de soube se capitalizar e guardou vai sofrer menos. Aquele que deu passos um pouco arrojados pode ter dificuldade. Essas coisas sempre foram assim, mas penso que vamos ter um período de certa dificuldade. Este ano mesmo, para o agronegócio, eu ouvi analista dizendo que a soja chegará aos R$ 40 a saca nesta safra e, por ironia, teria sido próximo a isso se o dólar não tivesse saído de dois reais e pouco para três reais e tanto. O mercado mundial era isso mesmo, mas para a felicidade do produtor houve essa puxada do dólar. Como a gente está vendo que tudo que está relacionado ao custo está subindo, a gente se pergunta como é que essa situação irá ficar. Claro que você pega regiões igual ao Sul do Brasil em que há um custo menor, e o produtor rural terá um tempo maior de equilíbrio, mas o Brasil central começará a ter dificuldades.

– Qual o plano estratégico de expansão da Frimesa para os próximos anos?

Temos um projeto para a próxima década, próximos 15 anos, em que planejamos construir mais um frigorífico, já compramos a área, já estamos trabalhando em cima do projeto. Na área de leite, terminaremos um ciclo em 2015, onde se agrega valor e sai das principais commodities, leite longa vida e queijo se diminui bastante para produzir produto de maior valor agregado, principalmente na linha de refrigerados. Nós já traçamos um planejamento para a próxima década, agora a execução dele vai depender da velocidade que a economia do país e do mundo vai nos dar porque a gente também tem que ter um pouco de cuidado. Existe uma cadeia toda integrada, que é produtor, a cooperativa singular, a central e o mercado final. Tem que ter certa harmonia para a gente crescer. Se olharmos os últimos tempos, o crescimento da Frimesa foi espetacular, na média de 20% ao ano. Nós próximos anos, podemos crescer a 10%? Depende da cena. O cenário irá permitir um crescimento nos moldes dos próximos anos? Não sei. Nós temos um planejamento de médio e longo prazo, e pretendemos cumprir. Por enquanto, não mudamos nossos planos.

– O senhor tem alguma consideração final?

A gente que administra uma empresa, nós chegamos a casa de R$ 2 bilhões em faturamento em 2014, e somos formados por uma sociedade de pequenos produtores, ficamos felizes por ver o que aconteceu nos últimos anos, o crescimento que nós tivemos, o conceito que temos junto ao consumidor e a rede varejista, os reconhecimentos que temos recebidos por esse Brasil afora tanto por parte de associações de supermercado como de outras entidades. Isso nos motiva a continuar trabalhando, a continuar em frente. É uma pena que o poder público brasileiro, às vezes, deixa a desejar, mas não podemos ficar olhando muito para isso. Temos que continuar fazendo a nossa parte, quem sabe nós fazendo a nossa ameniza um pouco o todo porque realmente temos uma carga tributária muito alta, temos juros que voltaram a aumentar de forma que inibe o crescimento, a corrupção é uma doença. Confesso que é triste a gente ligar a televisão todo o dia e ver tanta notícia negativa, mas a gente que vem de uma origem humilde, somos agricultores, não temos o menor constrangimento de falar isso e a gente, graças a Deus, não perde um minuto de sono de medo de estar envolvido em nada disso. Temos um contingente de pessoas que dependem de nós e sentimos a responsabilidade de seguir em frente e ficamos felizes toda a vez que vemos etapas sendo vencidas.

A FRIMESA em números
Associados e funcionários: mais de 30 mil pessoas (como cooperativa central)
Portfólio: mais de 380 produtos no mercado
Faturamento: R$ 2 bilhões (2014)
Crescimento: média de 20% ao ano (nos últimos anos)

Sobre a FIPPPA
A FIPPPA 2015 é o resultado da união das empresas Gessulli Agribusiness e G5 Promotrade, organizadoras, respectivamente, da AveSui América Latina e Tecno Food Brazil, as duas maiores feiras latino-americanos de produção e processamento de carnes. Inaugurando no país um conceito inovador, a FIPPPA é um evento completo e horizontal que congrega todos os elos da cadeia de proteína animal, da produção ao processamento, do campo à mesa. A feira será realizada de dois em dois anos, atendendo uma antiga reivindicação de representantes dos mercados de aves, suínos e leite, que pediam um evento coeso, completo e bienal.

Serviço
FIPPPA – Feira Internacional de Produção e Processamento de Proteína Animal
28 a 30 de abril de 2015
EXPOTRADE Convention Center
Curitiba (PR)

Realização
Gessulli Agribusiness
(11) 2118-3133
[email protected]

G5 Promotrade
(41) 3669-8412
[email protected]