Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

XX Congresso: Resíduos em debate

<p>Workshop Pré-Congresso discutiu alternativas para o destino de resíduos gerados durante a produção e a industrialização de aves.</p>

Bellaver apresentou os resultados do workshop sobre resíduos

Os resíduos gerados durante todo o processo de produção avícola vêm preocupando pelo impacto ambiental que causam. Durante o XX Congresso Latino-americano de Avicultura um workshop pré-congresso debateu e apresentou propostas para amenizar ou solucionar este problema. Os participantes se dividiram em três painéis e as propostas foram apresentadas no último dia do evento pelo pesquisador Cláudio Bellaver, da Embrapa Suínos e Aves, e pelo assessor institucional da Camara Argentina de Productores Avicolas (Capia), Juan Daniel Irigoyen. "O primeiro ponto a vencermos é a visão de que resíduos são apenas as excretas", indicou Bellaver. Normalmente são esquecidos que frascos vazios de vacinas ou mesmo as graxarias dos abatedouros também se enquadram ao termo resíduo.

Na discussão sobre os dejetos da produção, os integrantes do Painel 1 (que tratou do tema) concluíram que há hoje tecnologias disponíveis tanto para o tratamento adequado dos dejetos quanto para o de aves mortas e cama de aviário. As principais seriam a compostagem, o uso destes resíduos na produção de biogás e até a incineração, no caso das aves mortas. Esta última, no entanto, com a ressalva que ela deve ser feita em equipamentos com duas câmaras de combustão, caso contrário irá gerar odor e fumaça. O relatório ainda recomendou o alinhamento de diferentes instituições de pesquisa latino-americanas para realizar estudos sobre o tema, além de indicar que os processos de tratamento estejam dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), os quais poderiam assim gerar os chamados créditos de carbono para comercialização em Bolsas de Valores. O adubo orgânico resultante destes tratamentos poderia ser aplicado em lavouras, gerando economia em adubos químicos e agregando outra fonte de renda ao avicultor.

O Painel 2 debateu os resíduos resultantes da transformação industrial e de incubadoras. O uso de determinados resíduos do abatedouro para a produção de farinha de carne é restrito devido principalmente as exigências do mercado europeu, que proibiu o seu uso em rações de aves, suínos ou bovinos. Uma recomendação foi o da destinação de maiores investimentos nas graxarias dos abatedouros, assim como na melhora de seus processos. Também há de se buscar alternativas, como a geração de biogás e biodiesel, e gerenciar os riscos visando a sustentabilidade do processo.

Por último, foram apresentados os resultados do Painel 3, o qual debateu os resíduos tecnológicos. Eles são formados por agulhas, embalagens e frasco de produtos veterinários. A sugestão foi o de uma Emenda à Lei nº 9.974/2000, que trata da coleta e processamento de embalagens de agrotóxicos. “Poderia se fazer um adendo na lei para contemplar a coleta dos frascos de produtos veterinários da mesma forma que ocorre hoje com as de agrotóxico”, aponta Bellaver. O material poderia ser encaminhado para centros de coleta onde os fabricantes retirariam e processariam estes frascos. Enquanto não há um processo instituído, a sugestão é o de uma parceria entre os fabricantes e as empresas avícolas. Elas poderiam criar mecanismos para a coleta destes resíduos gerados por seus clientes, dando uma destinação correta a eles.

No caso das agulhas e seringas, elas poderiam ser encaminhadas para os órgãos municipais responsáveis pela coleta e destruição de resíduos hospitalares, os quais já possuem uma estrutura adequada e em funcionamento.