Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Amazonas

Zootecnista transforma carcaça de pirarucu em ração para poedeiras

Pesquisa "Silagem ácida de resíduos de pirarucu na alimentação de poedeiras comerciais leves” desenvolvida pela zootecnista Oscarina Batalha, mestranda em Agricultura no Trópico Úmido. 

Zootecnista transforma carcaça de pirarucu em ração para poedeiras

Zootecnista Oscarina Batalha, mestranda em Agricultura no Trópico ÚmidoHoje descartadas após a retirada dos filés do peixe, as carcaças do pirarucu podem ser transformadas em um importante ingrediente alternativo para a composição da ração de poedeiras comerciais, aves destinadas à produção de ovos. É o que mostra a pesquisa “Silagem ácida de resíduos de pirarucu na alimentação de poedeiras comerciais leves” desenvolvida pela zootecnista Oscarina Batalha, mestranda em Agricultura no Trópico Úmido. 

O estudo da zootecnista, defendido no final de abril, aponta que a silagem ácida obtida a partir da biomassa residual de pirarucu gerada na Unidade de Beneficiamento Pescado (UBP) no município de Maraã (a 634 quilômetros de Manaus) apresenta boa digestibilidade dos nutrientes pelas aves e potencial para ser utilizada como fonte energética. Além disso, outro benefício é a economia para os sistemas de criação e geração de emprego e renda para os produtores de pescado do Amazonas. A reciclagem desses resíduos também é benéfica para o meio ambiente, uma vez que as sobras deixam de ser jogadas nos rios.

”O produto pode ser incluído na forma de farinha de silagem ácida até o nível de 2,5% na ração sem interferência negativa no desempenho e na qualidade dos ovos de poedeiras comerciais leves. Pelo contrário, observamos que a qualidade do ovo melhorou muito. A gema ficou maior e com a cor mais escura resultado da gordura do pirarucu”.

Para produzir a silagem ácida, Oscarina utilizou a carcaça (espinha dorsal e costelas) do pirarucu. Ela triturou os resíduos, misturou com ácidos fôrmico e propiônico e deixou descansando por três dias. Depois deste período, levou a mistura para a estufa de ventilação forçada por mais 72h e, em seguida, triturou novamente para transformá-la em farinha de alta qualidade nutricional, que pode ser usada na composição de ração não só de aves poedeiras, mas também de suínos e peixes.

Na safra de 2014, a UBP de Maraã produziu em torno de 155 toneladas do peixe, gerando 50 toneladas de resíduos, como carcaças, vísceras, nadadeiras, escamas e couro, sendo que 30% deste total são descartados no meio ambiente por falta de uma estação de tratamento de resíduos. A expectativa é que agora com os resultados positivos do beneficiamento dessa biomassa residual, empresários e organizações se interessem em investir e fazer uso dessa tecnologia. As informações são do portal A Crítica.