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Avestruz

Cidade do Nordeste produz avestruz

Mesmo com fechamento de empresa anterior, Sobral volta a apostar na criação de avestruz para abate.

Cidade do Nordeste produz avestruz

Depois de ver frustrada a ideia de se tornar o maior abatedouro de avestruz no Nordeste, Sobral aposta mais uma vez em conquistar o mercado internacional e lança um novo desafio de retomar a estrutiocultura. Foi inaugurado um novo frigorífico voltado para esta atividade na última semana. O novo complexo foi instalado no Município de Senador Sá, distante 35km de Sobral.

O frigorífico recém-inaugurado não lembra nem um pouco aquele iniciado nas proximidades da BR-222, entre os distritos de Patos e Caracará, nos meados do ano de 2007, que por iniciativa do Governo do Estado, na época apostava na criação de avestruz como uma alternativa de comercialização desses produtos basicamente para o mercado de exportação.

O novo complexo será administrado por três empresas, todas cearenses, com participação de empresários mineiros, e já recebeu o Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que garante a sua operacionalidade. “O fato de alguns projetos não terem avançado nessa região, a gente não vai entrar no mérito da questão. Sabemos que a estrutiocultura em si é uma atividade altamente rentável que emprega muitas pessoas no interior do Estado, além de você ter a certeza que o avestruz tem produto que lhe dá retorno com certeza”, disse Valter Falci, um dos sócios do novo empreendimento cearense.

A Aravestruz foi a primeira empresa do setor que chegou em Sobral no ano de 2007. Utilizou recurso de incentivo do Programa de Desenvolvimento Econômico (Prodecon), cujo objetivo é atrair e apoiar novos investimentos no Município. O Programa chegou a beneficiar a empresa “Aravestruz” através de doação de uma fazenda para implantar um criatório de avestruz, um incubatório, com capacidade para 100 mil ovos por ano e o abatedouro, com estrutura para abater 60 mil aves anualmente. Também deveria funcionar uma fábrica de ração e um terreno onde foi implantado o frigorífico. O projeto, no entanto, não teve êxito, e foi encerrado.

Já a nova estrutura inaugurada em Senador Sá conta com apoio da Prefeitura de Sobral, através da Secretária de Agricultura e Pecuária. Tentará retomar a produção de todo o Nordeste, que resulta num total de 170 mil animais. Através de contrato com os criadores espalhados pelos Estados nordestinos, a empresa assume o compromisso de processar boa parte da produção.

“Aqui a gente completa o penúltimo ciclo que é a do abate. A partir de agora, vamos manter contatos com os canais de comercialização e de exportação para garantir a venda do produto. É mais um setor que Sobral parte na frente”, disse Edson Frota Araújo, secretário municipal da Agricultura e Pecuária, que precavido aposta no surgimento de pequenos produtores da agricultura familiar, interessado na criação de ave de avestruz. “Esses produtores terão apoio técnico e a compra garantida de seus animais pelo frigorífico”, garante ele.

Os produtores estão convencidos de que a criação de avestruz é uma atividade lucrativa. Os números são animadores. Um couro de avestruz processado de boa qualidade é vendido a 300 dólares. Cada animal adulto dá de 30 a 35 quilos de carne limpa que alcança o preço de R$ 28,00 a R$ 30,00.

Todo vapor – “Aqui é o local propício para se criar avestruz, por isso que nós estamos apostando nesse novo projeto. Atualmente existem cerca de 2 mil animais pronto para o abate, e as nossas fazendas estão trabalhando a todo vapor”, destaca Valter Falci.

“O abate do avestruz é feito entre 12 e 14 meses de idade, com rendimento em torno de 30 a 35 quilos de carne de qualidade, com cor e sabor semelhante ao filé mignon”, finaliza ele.