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Sanidade

Brasil pode continuar livre de gripe aviária diz Profª Dra. Masaio em entrevista para Avicultura Industrial

Em entrevista para a Avicultura Industrial, especialista pondera que atual cenário pede acompanhamento das condições de biosseguridade principalmente nas criações mais vulneráveis

Brasil pode continuar livre de gripe aviária diz Profª Dra. Masaio em entrevista para Avicultura Industrial

O Brasil está entre os maiores criadores de aves do planeta, os números brasileiros comparados a de outros polos de produção ultrapassam seus concorrentes em todos os sentidos, ocupando a classificação de maior exportador e o segundo maior produtor do mundo da proteína animal. Somente em 2022, conforme dados da ABPA, foram 4,8 milhões de toneladas exportadas aos mais de 150 países importadores. Ao todo, foram obtidos US$ 9,7 milhões em receita. Em relação à produtividade, no mesmo período, o Brasil gerou 14,5 mil toneladas.

Em 2023, de acordo com o relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA),as exportações de carne de frango (considerando produtos in natura e processados) totalizaram 420,9 mil toneladas no começo do ano, alta de 20,6% ante igual período do ano anterior e um recorde para o período. Especialistas do setor apontam que a estabilidade da demanda externa foi causada pela restrição global de oferta devido à gripe aviária, que gerou perdas econômicas e insegurança aos criadores no início de 2023.

Com mercado próspero e continuidade nos negócios internacionais, os produtores da cadeia avícola nacional se dedicam a preservar o plantel brasileiro da gripe aviária. De acordo com a professora titular sênior de Epidemiologia das Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), Masaio Mizuno Ishizuka, a preocupação com a H5N1 é oportuna, mas não necessariamente se deve levar ao extremo. “Hoje temos um cenário onde criou-se um desequilíbrio nas informações referente ao assunto. Isso gera um grande problema, pois, para combater um ‘inimigo’, no caso o vírus da Influenza Aviária, precisamos conhece-lo com profundidade. Só assim estaremos preparados para um combate justo”, destaca.

Para ela, há de se levar em conta que, a probabilidade do vírus chegar ao Brasil pelas aves migratórias das rotas do Atlântico e do Mississipi é muito baixa, devido, entre outros fatores, ao longo prazo em que ocorrem as mudanças condicionantes do vírus. “É correto dizer que, se o vírus continuar apresentando as características atuais de tempo curto de sobrevivência nas aves migratórias (média de 5 dias); se a ecologia do vírus continuar sendo dependente da Sibéria e do Mar de Bering – onde existe não apenas temperatura baixa e umidade que proporcionam a maior resistência do vírus fora do organismos das aves migratórias, mas também seres marinhos que participam da multiplicação e disseminação do vírus; se as aves migratórias de curta duração continuarem sendo importantes na disseminação do vírus; se o perfil epidemiológico de sumidouro do vírus na Austrália, África e América do Norte; se a prevalência de aves infectadas que partem da Groenlândia vindo da Sibéria e que entram na América do Norte pelas rotas do Atlântico e do Mississipi, continuarem com mesmo perfil observado desde 2015 e se a vigilância nos pontos de entrada do vírus continuar resultando em ausência de circulação viral, continuaremos com nossos plantéis protegidos”, explica.

O episódio no estado do Espírito Santo com confirmação de casos em aves (trinta-reis-de-bando) positivas para IA-H5N1 nos coloca em situação de alerta. Se atentarmos para a rota migratória do Atlântico, veremos que no distrito de Queens/NY o último foco foi em outubro de 2022. Seguindo a rota do Atlântico, não ocorreu nas invernadas seguintes (Maryland e nem em Miami). No Brasil não foi detectado no s´tio de Vigilância na ilha da Coroa do Avião (PE) e nem nas sucessivas invernadas até chegar no ES. Importante aguardar possíveis futuros focos e, enquanto isso avaliar as condições de biosseguridade principalmente nas criações mais vulneráveis.

Continue lendo o conteúdo na editoria Sanidade da edição 1326 da Avicultura Industrial:

Para saber mais sobre o assunto, acesse na íntegra o estudo sobre “Epidemiologia e Profilaxia da Influenza Aviária”.  preparado pela especialista com exclusividade para a revista Avicultura Industrial.